sábado, 26 de outubro de 2019

RENOVAÇÃO

Se a renovação deve haver uma orientação coerente, e isso significa precisamente uma teologia, tal teologia deve ser antes de tudo enraizada em uma escatologia cristã redescoberta. De fato a escatologia não é aquilo que se costuma pensar dela: uma fuga do mundo. Pelo contrário, é ela a fonte e fundamento da doutrina cristã do mundo é da ação da igreja no mundo. Relatando o mundo em cada momento do seu tempo, cada grama da sua matéria e todo o pensamento, a energia e a criatividade humana ao "eschaton", a última realidade do reino de Deus, isso dar a eles o seu único verdadeiro significado, a sua própria "entelechia". Deste modo, este torna possível a ação cristã e ao mesmo tempo o juízo e a valorização de tal ação. Mas o lugar desta 'redescoberta' é a liturgia da Igreja. A escatologia de fato, não é uma doutrina, não é uma construção intelectual, não é um capítulo (ee novissimis) simplesmente junto ou bem colocado com outros capítulos da dogmática, mas uma dimensão de toda a fé e de toda a teologia, um espírito que permeia e inspira de dentro todo o pensamento de vida da igreja. E a função própria da "leitourgia" cristã, como procurei apresentar, é exatamente mostrar aquele espírito, revelar e comunicar aquele "eschaton", sem o qual a igreja é só uma instituição entre outras instituições humanas, uma instituição todavia, com pretensões estranhas e insignificantes, e a fé cristã uma tentativa inútil, se não ridícula, de forçar um ambíguo respeito da parte dos "savants et philosophes" de Pascal.  

Do livro: Chiesa, mondo e missione de Alexander Schmenmann, 2014 Lipa Srl, Roma.
Tradução livre: Erasmo de Abreu

domingo, 21 de abril de 2019

PARA SABER O QUE É AMIZADE



Às vezes para a recordação sobram poucas coisas, não que não vivamos tanto, não que não façamos nada, porém só podemos levar conosco alguns sons, algumas vozes, alguns perfumes e alguns cenários, que você por mais inteligente que seja não se dá conta do quanto tens ou do quanto sabe.

Portamos conosco coisas nossas mas também dos outros, afinal as coisas boas que temos em mente não foram realizadas sozinhas, pelo fato que podemos até não ser, mas, ao menos nossa mente é inteligente e nos reserva somente o que foi vivido em comunhão, o que de melhor você tinha e compartilhou com alguém, e não importa se a outra pessoa não deu exatamente a devida importância, importa a alegria que você teve e tem em poder dar, em poder oferecer algo que é seu e que lhe identifica como pessoa, e por mais que isto possa estar no seu passado, mesmo que tenha sido ontem, é importante se aquilo realmente te faz feliz, e te motiva a fazer de novo, e assim te provoca um “renovar” todos os dias, mesmo quando parece que te desgastas, porque o que fazes não é só para o teu bem, mas especialmente para o bem do outro.

Desejo que a sua vida continue se renovando, e que o nosso ser cristão encontre sentido na partilha.

Feliz Páscoa. 2019